Analise: Bully | PS2
Por Baixaki Jogos.
Polêmico lançamento da mesma desenvolvedora de GTA que marca os últimos suspiros do Playstation 2.
A Rockstar ofereceu um verdadeiro presente aos fãs de jogos como Grand Theft Auto ou The Warriors (ambos publicados também pela Rockstar) com o lançamento do aclamado e criticado Bully. O game de ação em terceira pessoa é muito semelhante ao próprio GTA, permitindo a exploração completa do cenário, exatamente da mesma forma como o mais famoso título da empresa.
Por conta de temática e enredo que causa discussão, o jogo causou enorme polêmica antes mesmo de ter sido lançado. Pelo simples fato de ter sido considerado, na data do anúncio, uma espécie de GTA que se passaria em ambiente escolar, criou um debate bastante controverso ao seu redor, afinal, a Rockstar é famosa por lançar jogos onde a violência e causas politicamente incorretas são elementos eminentes. Contudo, muito mais foi falado do que concretizado. Apesar de abordar temas difíceis e contar com diversos personagens sociopatas ou com algum desvio moral, o jogo está longe de ser tão controverso e violento quanto a maioria dos outros títulos de sua distribuidora.
Jimmy Hopkins, o protagonista do game, é um garoto de 15 anos cuja mãe acaba de se casar com um homem muito rico. Enquanto sua mãe viaja em lua-de-mel, Jimmy é colocado em uma famosa escola, a Bullworth Academy, um lugar repleto de valentões e desordeiros.
As possibilidades em Bully são inúmeras. O jogador pode conversar com outros alunos, seja de modo amigável ou não — o que pode resultar em uma briga. Brigar, desacatar funcionários da escola ou policiais, arrombar armários e matar aula são apenas alguns dos vários delitos que Jimmy pode cometer.
A escola
Como qualquer outra escola, Bullworth Academy possui horários que devem ser rigorosamente cumpridos. As aulas no período da manhã começam às 9 e acabam às 11:30, e à tarde vão da 13 horas às 15:30. A partir do momento que as aulas começam, Jimmy não deve ser visto fora de sua respectiva sala pelos monitores que rondam a escola.
Porém, assistir às aulas em Bully não é uma tarefa nada insuportável, tendo em vista que elas lhe dão a oportunidade de adquirir novas aptidões e lhe concedem novos itens. As aulas de Química, por exemplo, lhe dão a capacidade de fazer itens como bombas; e nas aulas de Educação Física, Jimmy aprende novos movimentos de luta. Para obter sucesso nas matérias, o protagonista deve concretizar pequenos minigames e ter uma boa porcentagem de acertos nele. Nas aulas de Química, por exemplo, o jogador deve acertar uma seqüência de botões no tempo certo para passar. Já nas aulas de Educação Física, Jimmy deve praticar wrestling, ou vencer uma partida de queimada.
Além das aulas, o gamer deve ficar atento a outros horários, como o toque de recolher às 23 horas e o horário em que o prédio principal fecha (às 19 horas). O fato de Jimmy ter tais horários a cumprir acaba tornando curto seu tempo disponível para e completar as missões e explorar o extenso mundo de Bully.
Entre nerds e valentões
Em Bullworth Academy, Jimmy se depara com vários grupos distintos com comportamentos, estilos e ambições diferentes. Nos arredores da escola, é possível encontrar nerds, mauricinhos, valentões, esportistas e roqueiros. Seu comportamento em relação a eles determina sua reputação com cada grupo, assim como a atitude de seus adeptos para com Jimmy.
Assim como existe a possibilidade de brigar, matar aula, desrespeitar a autoridade ou importunar os outros alunos, em Bully há também repressão. Ao cometer alguma falta, Jimmy é perseguido pelos monitores ou policiais, e as únicas opções, então, são correr ou se esconder — seja em latões de lixo ou em armários. Para medir o nível das ofensas que Jimmy comete, há uma barra no canto superior direito da tela junto à bússola, que indica que tipo de delito ele cometeu e o quão grave ele é. Se a ofensa não é tão grave, há a possibilidade de se escapar dos monitores mesmo depois de eles o pegarem. Porém, se a barra estiver cheia e eles o pegarem, Jimmy é levado à diretoria ou à delegacia.
Para sobreviver na Bullworth Academy, é preciso às vezes usar armas — não letais, é claro — como tacos de beisebol, bombas de fedor, bolas de gude, ovos e o seu inseparável estilingue. Além das armas, o personagem carrega itens de diferentes utilidades consigo, como flores e chocolates, que podem ser dados às garotas em troca de um beijo; ou uma bicicleta, usada para locomoção mais rápida.Familiar?
Os fãs de GTA vão se sentir familiarizados com Bully logo de início. Isso acontece pelo fato dos produtores da Rockstar terem usado a engine de GTA San Andreas para criar uma nova para Bully, deixando assim os movimentos e físicas de ambos muitos semelhantes. Mas as semelhanças com outros títulos da Rockstar não param por aí. O sistema de luta se aproxima bastante com o de The Warriors, contando com golpes de contato, agarrões e combinações.
O universo escolar
Apesar das semelhanças, os gráficos de Bully são superiores aos de GTA San Andreas, caracterizando-se como mais limpos e com texturas mais interessantes. Os cenários são muito bem desenhados e possuem uma boa quantidade de objetos com os quais se pode interagir. A parte artística do game é de se tirar o chapéu. O desenho dos personagens é bastante interessante e possui uma boa dose de humor ajudado pelo diálogo, "caricaturizando" o universo adolescente contemporâneo.
Outra característica forte do jogo é a aclamada trilha sonora, semelhante a GTA, muito adequada e completa. Contendo músicas no estilo anos 70 e 80, ela proporciona realmente uma sensação de tensão quando se está fugindo, ou uma sensação de calma quando se está explorando algo.
Principalmente àqueles que gostam de muita ação, um enredo forte e um mundo inteiro para se explorar, o game é uma ótima pedida. Tendo em vista a ascensão dos novos consoles, pode-se deduzir que o PS2 será cada vez mais deixado de lado. Bully é um dos poucos lançamentos recentes que coloca lenha na já enfraquecida chama de seu console, ganhando lugar como um dos títulos imperdíveis para quem gosta do gênero.
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